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Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ

 

Borboletas

 

 

Hoje admirei borboletas e me vi pensativa como quando era menina. Elas são criaturas mudas? Nunca ouvi delas um único som, por mais ínfimo. O grilo cricrila, a abelha zune, o mosquito acaba com a nossa paciência e outros insetos fazem o seu repertório sonoro. Mas e as borboletas? Parecem um complemento das flores. Suponho que o Criador de tudo observou as delicadas pétalas desprendendo-se das flores. O vento levando-as pelo ar e pensou: "Por que deixá-las perecer se ainda são tão belas? Dar-lhes-ei um pouco mais de vida." E assim surgiram as mimosas borboletas.
Esses pequenos seres apenas voam, encantam e procuram sua origem: as flores. Passeiam sobre elas, enfeitam os jardins e fenecem.
Ora, hoje sei que antes de se apresentarem tão lindas, as borboletas são lagartas bastante estranhas. Arrastam-se sofridas, transformam-se ocultas dentro de um casulo e precisam rompê-lo sem o auxílio de outrem. Sim, sem o auxílio, pois caso isso aconteça, com certeza morrerão. É necessário o momento certo e somente a mãe natureza é capaz de sabê-lo.
Assim também acontece conosco. Somos crisálidas neste planeta que o Criador tão bem projetou. Nossa alma habita um corpo que vai aos poucos se tornando inadequado para ela. É preciso deixá-lo quando chegar o momento exato determinado por Deus. "Reza a lenda" que ela sai do nosso corpo em forma de uma linda borboleta.

 

 
 
Conto publicado no livro "Contos de Outono - Edição 2016" - Agosto de 2016