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Francisco Martins Silva
Uruçuí / PI

  Um dilema entre o mar e o amor

 

          

Um imenso mar, só céu e águas azuis. Sozinho em seu barco a navegar, estava lá o marinheiro. A solidão conduzia-o ao mais profundo de si mesmo. Só o azul do mar e só o azul do céu eram cores reais que seus olhos lacrimejantes viam no embalo da solidão, enquanto que o vestido e os olhos azuis da donzela que ficara no cais do porto agora só restavam na imaginação, na lembrança, na saudade.
Ali não tinha com quem confessar seu pecado, nem seu fatal erro de tê-la deixado naquele cais. Seu coração estava despedaçado, partido ao meio; o amor virou página virada. Aquele navegar em um mar sem fim representava uma tortura intensa, daí pensou em seguir ou voltar, dois caminhos a optar, pois, há meses em pleno mar, para ele representava meses sem sorrir, sem amar, e sua companhia era a solidão. Convenceu-se então que o amor move o ser humano, é força intensa que dá sentido ao viver, foi então que resolveu voltar e fez a manobra, mesmo sabendo que demoraria chegar. Seria então outros dias de viagem só que com a esperança de voltar a sorrir e a amar.
Navegou então de volta por dias e dias. Ventos sopravam, ondas movimentavam-se, noites e dias passavam, foi quando de longe avistou aquele cais do porto, e a donzela que de vez em quando voltava ali à espera do amado, já estava lá para fazê-lo sorrir e amar outra vez.

 

 
 
Conto publicado no livro "Contos de pura sedução" - Janeiro de 2017