Ismar Carpenter Becker
Rio de Janeiro / RJ
A Vovó terror do Engenho de Dentro
Lá pelos áureos anos de 1940, em plena 2° Guerra Mundial, é que a história se passa, num tempo conservador, onde o recato era regra; Nossa vovó se destacava, criada em colégio rígido de freiras; ao sair para a vida colocou sua liberdade em prática se livrando das repressões pretéritas. Era muita namoradeira, chegou a ser conhecida como "Vassourinha do bairro de Engenho de Dentro". Namorou o padeiro, o vassoureiro, o tripeiro, o entregador da conta de luz da light, o agente do trem da central do Brasil... Essa vovó era vistosa, bonita para os padrões da época, sempre com seus balangandãs, seu batom vermelho cor de sangue, sua bolsa pendurada no braço; e lá ia ela fazer o footing, para alguns chamavam de trottoir, enfim ia para praça e entre uma pipoca e outra dava uma piscadinha de olho para o pipoqueiro que misturava o sal ou açúcar na pipoca e acabava queimando o milho; mesmo assim os estômagos famintos ingeriam o amido, depois tomavam um antiácido. E assim essa vovó ia tirando o atraso de que quando só rezava entre paredes, suas únicas testemunhas. Até que um belo dia foi a um parque de diversões e no trem fantasma encontrou um vovô que não resistiu e pimba no meio da escuridão e foram felizes para sempre.
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