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Djanira Felipe de Oliveira
Rio de Janeiro / RJ

 

A casa à frente do jardim

 

 

Basta um simples olhar para perceber que a casa grande rodeada pela varanda construída em formas de arcos, que circulam toda a sua extensão, a tornou um ambiente agradável para uma boa conversa, sobretudo, durante à tarde. Há um espaço enorme da casa até o muro. Lugar no qual existe cuidadosamente um lindo jardim.
Ah! Como eu gostaria que o mundo fosse um lindo e imenso jardim! Como me encanta esta paisagem! Dizia um hóspede apreciando o cenário externo enquanto inspirava o ar puro com cheiro de terra.
A casa é histórica situada na principal rua de uma aconchegante cidade pequena de interior. Sempre muito bem frequentada por pessoas da alta sociedade, políticos, artistas e também por pessoas não abastadas de origem humilde. Essas últimas são carinhosamente recebidas pela anfitriã - uma dama de semblante sereno, que aparenta simplicidade e uma calma que penetra na alma dos que chegam lá.
A casa tem um toque especial não somente pela localização à frente do jardim, mas porque ali residem todos os tipos de sentimentos que foram marcados nos corações das pessoas, de tal forma que por vezes de tanta delicadeza poderiam ser tomadas por flores – orquídeas, lírios e alecrins, se não fosse pelas características que as diferem.
O Sol se faz presente num misto de forte e brando. Forte pelo clima da Região e brando em respeito às finas flores. O Luar surge após a partida do Sol. Passa calmamente enquanto uma leve brisa realça a beleza das umedecidas e diversificadas plantas, folhas e rosas. É como se mensagens fossem expressas ao ar para espalhar um perfume inigualável.
Um ambiente silencioso sem sentimentos ruins, onde há muito tempo a benignidade impera. Embora no decorrer da história entre as perdas e vitórias, a anfitriã Camélia consiga sobrepor ao estresse uma luz de esperança a sua dor e transformá-la em prece, e pelo que parece, manter a harmonia num ambiente onde existem situações antagônicas como a vida em plena consciência e o pulsar do inconsciente. É a presença da morte rondando no dia a dia.
A casa à frente do jardim é a casa da bisa, da vovó, da mamãe, da titia, da madrinha.  Ela como referência também poderá ser a minha, a sua ou a da vizinha. Qualquer pessoa percebe a paz que há na casa à frente do jardim!

 
 
Conto publicado no "Livro de Ouro do Conto Brasileiro" - Junho de 2016