Claudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

Paixão

Vorazes ventos velozes da paixão
Que consomem a alma juvenil
Verazes são as raias da desilusão,
Que levam a alegria varonil.
Viandantes vagueiam na penumbra,
Esquecidos da plenitude do deslumbramento dos amantes.
Plenilúnio de emoções, contorções de corpos e de palavras desnudas.
Vorazes ventos velozes da paixão, da pena e do tinteiro.
Cego é o amor ardente e a palavra ausente do poeta,
Debruçado no parapeito da solidão,
Esquecido do burburinho da cidade,
Afugentado nos braços presentes, cheios de cumplicidade…
Braços da inspiração, apimentados pela sedução.
Vorazes ventos velozes da paixão…
Plenitude da alma sonhadora,
Desnudada pelas ilusões,
Carcomida pela sofreguidão do tempo.
Tempo que passa veloz, voraz…
Que consome o plenilúnio da saudade.
Voraz, veloz, retrós das relações.
Relações?! Emaranhados de idas e vindas;
Especulações no palco da vida.
Presente e futuro… espectros do tempo;
Tempo que corre... assaz, fugaz!
Juvenil, varonil, senhoril é o amar poético.
Amor incipiente, incógnita do poeta;
Sonhador que vive, escreve e chora.
Veloz, voraz, veraz… derrama a alma
Qual águia que voa… é livre para pensar!