Lourival da Silva Lopes
União / PI

Não sou normal

Talvez eu seja um animal, anômalo e fálico
Ou, quem sabe, um estorvo à moda antiga
Que migra insensatez em território minado,
E que fala o que pensa sem antever a manhã.
Ah! Manhã! Que mania essa sua
De ver que as coisas são pra depois!
Ah! Coisas! Quão doces são os teus dias
E nebulosas as tuas manhãs!
Manhas e sanhas que me adormecem,
Me aquecem e me esquecem.
Sou um tonto rápido que esqueceu a porta
No meio da rua, na divisa dos extremos.
Ah! Mundo! Que às vezes me confundo
Por saber que não estás aqui.
Normas, pra quê? Se o fim não existe
E as manhãs nascem todos os dias.
Me recuso ser normal.