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Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

Sol e Lua
dois velhos amigos que choram quando se encontram

Nasce o sol e se espalha com seus potentes raios de luz
A terra em chama se move atraídas por danças moventes e caóticas desumanas
O homem se entrega aos seus deleites de devaneios e fugidias construções
Que lhes deformam e distanciam-lhes do centro que governam seus instintos criativos
Nasce a lua trazendo consigo o adormecer dos comandos que agitam as quentes mentes
Esfriando-as com a sua doce melodia poética, filosofante e reluzente
Acompanhada por muitas estrelas que do alto dão à terra sentido e renovação da alma.

Tudo passa num instante pós-moderno e liquefaz
A lua se despede dos homens noturnos
Com a esperança de que com o seu retorno possa encontrar um novo homem
Mais maduro, consciente, republicano, crítico e amável
Mas encontra o mesmo velho homem egoísta e capitalista
O sol retorna à sua potente posição
E percebe que as coisas continuam no mesmo lugar
Tenta esquadrilhar o homem com seus fortes raios de luz
Mas o homem se apodera de um poder corruptível que de forma cega
Não percebe que ele está tirando de si a essência da qual o sol e a lua foram feitos
De um tecido gerador de luz, paz e felicidade, justiça, lealdade e veracidade.

E assim, sol e lua, quando se cruzam, aleatoriamente
Choram e derramam versos de híbridos sonhos a se realizar
E ao se cruzarem um diz ao outro:
Por onde anda aquele primeiro homem e aquela primeira mulher
Que vimos por aqui passar...
Choram de saudades dos velhos tempos de humanas realizações
Onde o homem e a mulher caminhavam de mãos dadas
Unidos pela força que vinha de um Deus puro e verdadeiro.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "O Sol nascerá" - Julho de 2016